Sentada em um dos bancos de uma praça no
centro da cidade, meu primeiro encontro com Dona Francisca e sua amiga, Dona
Rosa. A primeira me propôs leitura de mãos, aquela revelação de que deveria
haver um amor em minha vida e que tenho muito sonhos. Bom, pelo menos quem leus
meus últimos posts sabe que ao menos na segunda revelação ela soube ser
certeira.
Eu deixei de me preocupar tanto com isso, digo, com
o futuro. Alguns dizem que ele a Deus pertence, outros acreditam que o nosso destino
a gente é quem faz. A quem diga que na verdade isso não existe, mas que todas
as possibilidades estão acontecendo, o tempo todo, em diferentes planos.
É interessante observar pessoas. Eu me pego fazendo
isso algumas vezes. Percebi, nesses meus momentos de nada para fazer em que
fiquei olhando a vida alheia, diferentes maneiras como as pessoas levam suas
vidas.
Tem gente para tudo, isso não é nenhuma novidade. Jovem
costuma pensar muito em como vai ser sua vida depois dos 30, ah, os famosos 30
anos. Não há problema em querer imaginar como raios será daqui a 10 anos, mas
desses, vi aqueles que gastam tanto tempo nisso que acabam esquecendo o
presente. A vida vai estar muito diferente? Será que vou ter o mesmo corte de
cabelo? Já estarei casado? Filhos? Pensão? Tatuagens no corpo? Ainda vou chorar
em comercial de margarina? Eita! Pare um pouco, respira aí. Parece engraçado,
mas muita gente realmente faz isso. Esquece
que para se chegar lá tem que estar focado no hoje e não sonhando com o amanhã.
Mais interessante é a reação daqueles decidiram
simplesmente não pensar. Evitar toda essa ansiedade que resolveu atacar quase
todo mundo hoje em dia. Nada. Branco. Vácuo. Quero dizer, focar no que está
acontecendo e aproveitar tudo o que a vida pode me dar de bom agora e deixar
para pensar no futuro quando ele chegar. O problema é que pensando assim para
essas pessoas ele nunca chegará e quando puxarem o tapete não haverá nada em
baixo em que se apoiar.
Para aqueles que já passaram dessas fases as
preocupações com relação ao futuro são diferentes. Aí eu observei outras formas
de agir. A grande maioria ou está muito satisfeita ou muito desenganada com a
vida que teve até então. Os satisfeitos tratam de esperar a tranquilidade dos
anos que virão e os desenganados também, mas os sentimentos que carregam no
coração são bem distintos. Existem aqueles que, ao contrário, resolveram viver
a juventude que lhe foi negada e então consegui identificar nesses a euforia
dos jovens afobados.
Esse sempre é um tema que gera muita reflexão e,
claro, disso tudo que conclui durante esses meus devaneios a respeito da vida
obviamente existe muito mais. Seja como for, futuro distante, futuro perto, futuro
sonhado, futuro rejeitado, futuro que bate a porta, futuro negado, futuro
silenciado. São tantas formas que prefiro descansar e pensar que o adjetivo
deva ser melhor. Um futuro melhor,
para mim, para quem for.
Na saída da praça avistei Dona Francisca e ela fazia
revelações a outra moça, penso ter escutado algo sobre amores. Dona Rosa sua amiga,
me cumprimentou dizendo que ainda nos falaríamos outra vez e que, dessa vez, eu
teria muito para contar. Espero curiosa meu segundo encontro com essas duas
senhoras. Senhoras do parque, senhoras do tempo.
Senhoras do tempo: Parque Solon de Lucena, João Pessoa - PB. Foto: Juliana Seravalli |
Aguardar o próximo encontro, então... o tempo pra passar...
ResponderExcluiro tempo. Eu sou fã do tempo.
Excluireu sou aquela que sempre se pega só pensando no futuro, mas que, não sei como, algo me puxa, e é como se dissesse "calma aí, cumpadre, tudo tem seu tempo, calma aí!". Fico com uma raiva, meio ansiosa....às vezes dá até calafrios!
ResponderExcluir"Um futuro melhor, para mim, para quem for" como você disse ;))
é, como eu disse: pare um pouco, respire aí. Nessas horas eu uso mesmo aquela técnica de contar até dez e tem vez que funciona! :}
ExcluirNo final, seja qual desses nos somos sempre tem esse "algo me puxa" acho que é a nossa consciência batendo na porta... huehhehuehe