sexta-feira, 13 de julho de 2012


Sentada em um dos bancos de uma praça no centro da cidade, meu primeiro encontro com Dona Francisca e sua amiga, Dona Rosa. A primeira me propôs leitura de mãos, aquela revelação de que deveria haver um amor em minha vida e que tenho muito sonhos. Bom, pelo menos quem leus meus últimos posts sabe que ao menos na segunda revelação ela soube ser certeira.
Eu deixei de me preocupar tanto com isso, digo, com o futuro. Alguns dizem que ele a Deus pertence, outros acreditam que o nosso destino a gente é quem faz. A quem diga que na verdade isso não existe, mas que todas as possibilidades estão acontecendo, o tempo todo, em diferentes planos.
É interessante observar pessoas. Eu me pego fazendo isso algumas vezes. Percebi, nesses meus momentos de nada para fazer em que fiquei olhando a vida alheia, diferentes maneiras como as pessoas levam suas vidas.
Tem gente para tudo, isso não é nenhuma novidade. Jovem costuma pensar muito em como vai ser sua vida depois dos 30, ah, os famosos 30 anos. Não há problema em querer imaginar como raios será daqui a 10 anos, mas desses, vi aqueles que gastam tanto tempo nisso que acabam esquecendo o presente. A vida vai estar muito diferente? Será que vou ter o mesmo corte de cabelo? Já estarei casado? Filhos? Pensão? Tatuagens no corpo? Ainda vou chorar em comercial de margarina? Eita! Pare um pouco, respira aí. Parece engraçado, mas muita gente realmente faz isso.  Esquece que para se chegar lá tem que estar focado no hoje e não sonhando com o amanhã.
Mais interessante é a reação daqueles decidiram simplesmente não pensar. Evitar toda essa ansiedade que resolveu atacar quase todo mundo hoje em dia. Nada. Branco. Vácuo. Quero dizer, focar no que está acontecendo e aproveitar tudo o que a vida pode me dar de bom agora e deixar para pensar no futuro quando ele chegar. O problema é que pensando assim para essas pessoas ele nunca chegará e quando puxarem o tapete não haverá nada em baixo em que se apoiar.
Para aqueles que já passaram dessas fases as preocupações com relação ao futuro são diferentes. Aí eu observei outras formas de agir. A grande maioria ou está muito satisfeita ou muito desenganada com a vida que teve até então. Os satisfeitos tratam de esperar a tranquilidade dos anos que virão e os desenganados também, mas os sentimentos que carregam no coração são bem distintos. Existem aqueles que, ao contrário, resolveram viver a juventude que lhe foi negada e então consegui identificar nesses a euforia dos jovens afobados.
Esse sempre é um tema que gera muita reflexão e, claro, disso tudo que conclui durante esses meus devaneios a respeito da vida obviamente existe muito mais. Seja como for, futuro distante, futuro perto, futuro sonhado, futuro rejeitado, futuro que bate a porta, futuro negado, futuro silenciado. São tantas formas que prefiro descansar e pensar que o adjetivo deva ser melhor. Um futuro melhor, para mim, para quem for.
Na saída da praça avistei Dona Francisca e ela fazia revelações a outra moça, penso ter escutado algo sobre amores. Dona Rosa sua amiga, me cumprimentou dizendo que ainda nos falaríamos outra vez e que, dessa vez, eu teria muito para contar. Espero curiosa meu segundo encontro com essas duas senhoras. Senhoras do parque, senhoras do tempo.


Senhoras do tempo: Parque Solon de Lucena, João Pessoa - PB. Foto: Juliana Seravalli
                                                            

4 comentários:

  1. Aguardar o próximo encontro, então... o tempo pra passar...

    ResponderExcluir
  2. eu sou aquela que sempre se pega só pensando no futuro, mas que, não sei como, algo me puxa, e é como se dissesse "calma aí, cumpadre, tudo tem seu tempo, calma aí!". Fico com uma raiva, meio ansiosa....às vezes dá até calafrios!

    "Um futuro melhor, para mim, para quem for" como você disse ;))

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. é, como eu disse: pare um pouco, respire aí. Nessas horas eu uso mesmo aquela técnica de contar até dez e tem vez que funciona! :}
      No final, seja qual desses nos somos sempre tem esse "algo me puxa" acho que é a nossa consciência batendo na porta... huehhehuehe

      Excluir