quarta-feira, 4 de julho de 2012



Eu sou feita de sonhos. Gosto de voar bem alto imaginando estar em busca daqueles que ficam por entre nuvens brancas cor de gelo.
Ser sonhadora tem suas vantagens. Enquanto muitos passam dias conectados a certo tipo de máquina que suga suas energias e as transforma num trabalho que já se tornou previsível, eu consigo parar e projetar qual será o próximo feito do homem após descobrir que, afinal, existe vida inteligente em Marte. Eu quero dizer, sair de dentro da fábrica de produção em série e entrar naquele mundo paralelo, onde eu posso alcançar o meu pote de ouro seja ele qual for.
Ser sonhadora tem suas desvantagens. Enquanto os realistas convictos correm atrás de cumprir suas metas e estabelecer novos objetivos, eu continuo pensando sobre a vida em Marte. Isso não será ruim se eu estiver na equipe que fez a descoberta, porém, eu tenho que lembrar de aterrizar constantemente para saber que o chão existe e a realidade mora logo ali.
Vivemos num mundo onde tudo acontece rápido demais. A informação chega em um segundo, as crianças estão precoces, o casamento começa cedo. E acaba cedo também. Daí que me pergunto se não seria melhor permanecer no meu mundo de sonhos onde, como na história, vive-se com os pés descalços tocando um chão macio feito veludo, tudo vira festa e as pessoas caminham sorrindo. Aí seria demais, certo!?
Bom, se viver é a busca pelo equilíbrio, eu quero chegar ao dia em que mesmo sem voar tão alto, eu não precise mais voltar os pés ao chão.

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