sexta-feira, 12 de setembro de 2014




Hey, brothers!

Long, long, long, long, long, long, long way.

long and wide road.

terça-feira, 9 de setembro de 2014




Fernando Pessoa passou pela minha janela e ali ficou. Ele me falava sobre amor, nas suas cartas à Ophelia.

A respeito disso fala em três razões: a primeira razão se inventa, a segunda é desfeita e "a terceira razão é só haver duas razões, e portanto não haver terceira razão nenhuma."

Não há assim, razão alguma no final. E nenhuma delas, ainda que houvesse alguma nisso tudo, seria capaz de explicar o coração e os motivos do amor. 

Porque o amor é ridículo e mais ridículo ainda é quem nunca se permitiu amar.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

quarta-feira, 30 de julho de 2014


A gente sabe quando encontra um amor de verdade. Em um dia comum, com aquele mau humor de costume que já não faz mal a ninguém, ele aparece. E você se dá conta, se dá conta sim, não me venha com aquela história de que foi pego de surpresa, um amor de verdade vem com tudo. Deixa muito claro que as coisas mudaram e você, de repente, já não está mais sozinho - nem em seus pensamentos.

O fone de ouvido não toca música, mas é que desculpem os demais, nessas horas a gente acredita que a batida do coração rima melhor que qualquer música e ficar olhando com cara de bobo enquanto o outro dorme combina melhor que banana com chocolate, e olha que pra mim açúcar sempre foi um assunto muito sério. É assim que, você se vê como que adolescente fazendo essas comparações ridículas permitidas apenas aos romances, onde a regra é ser feliz e os realistas que fiquem de fora.

Vamos na cozinha fazer café e com a jarra na mão aquele sorriso no canto da boca. O que se passa nesses pensamentos não diria nem por um milhão - ilusão. Porque até quem te vê na fila do pão pra acompanhar o café, que agora já transborda na caneca, sabe o que você encontrou: o tempo parou.

A gente sabe quando encontra um amor de verdade. É diferente dos outros amores que vivemos, esse é sempre correspondido. Por que um amor de verdade acontece, não fica esperando acontecer.

Espera.

Não quando você tem ele nas mãos e presencia ele escorrendo por entre seus dedos, indo embora. Você se deu conta, veio com tudo e é correspondido. Então é amor de verdade, mas ele continua escoando como água escoa por entre fisuras de uma parede, apenas que a parede é seu coração e ele pulsa de agonia. Mas se até os palhaços desconfiam da felicidade redundante seria dizer-te isso!

Você sabe que é amor de verdade e de repente, não há nada a fazer. Um amor de verdade não acontece todo dia, quem sabe em algum outro amanhecer.

Pausa.

Segundo ato.

domingo, 27 de abril de 2014

O que o boteco me mostrou



Almoço de boteco descendo com aquela gelada que só se encontra nasqueles botecos. Naqueles botecos, não naqueles outros de esquina com o restaurante onde a magia acontece. A real magia acontecia na negociação da feira livre, na buzina aguda do cruzamento de trânsito, na fritura do croquete e do pastel, no pão de queijo que nem mineiro consegue reproduzir na terra do tio Sã.

Respiro fundo e sinto o aroma da cidade.

Estou de volta. Cheguei sem data para ir ou mesmo para ficar. Voltei com certezas estabelecidas e completamente renovada daquilo que havia ficado para trás.

Estou de volta. Cheguei querendo ficar e já pensando na próxima saída. Voltei transbordada de amor e sem reconhecer os medos do passado.

Criei novos medos. Quem não tem medo? Gostoso mesmo é superar antigos para poder ter outros e assim seguir na vida. Aquele ciclo vicioso que, nesse caso particular, não é degenerativo: te ajuda a crescer.

Voltei. E não voltei. Parte da gente nunca volta, pelo menos metade sempre fica nos amigos que fazemos, nos amores que vivemos, nas casas que frenquentamos ou na família que criamos. A gente volta pela metade, mas existe uma vantagem. Temos agora uma outra metade inteira esperando para ser preenchida pelo próximo amigo, amor, casa ou família que faremos.

Voltei. Estou em casa novamente e será sempre aqui que conseguirei ser sensível a flor da pele sem nenhum pudor. Escrever contos que só eu entendo com trechos que talvez um ou dois "alguéns" reconheça.

Voltei. Como é bom me ver de novo. Seja bem vinda, a casa é sua!

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Banzo improvisado num guardanapo de papel




Saudade dói, aperta no peito.
Ausência congela, paralisa o corpo.
Tristeza amolece, escorre por entre os dedos.

O coração acelerado, como que em taquicardia, é sinônimo de euforia, estranho, pensava.

Calma e silêncio não rimam com taquicardia, refletia. Entretanto, logo pensou que sempre foi assim, uma métrica sem rima que formava um belo poema, entende?

Se ninguém entendia não havia problema, agora estava tudo bem, calma e silêncio, apesar da taquicardia.

Trêmulas, as mãos escreviam torto, efeito colateral, racionalizava rapidamente.

Percebeu então o silêncio rompido, ruído de algo se abrindo, é hora, pensava - levantou e saiu, foi ali conversar com o destino.

A calma não, essa não se ia, permanecia.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013


    Artur. Senhor concentrado que trabalhava em seu artesanato. Até eu resolver parar justamente em sua banquinha e começar a tagarelar.            
  Original de Carne de Vaca (sim, é assim mesmo que se escreve: Carne de Vaca – toda a minha ignorância em geografia apareceu nesse momento quando eu não sabia onde se localizava) cidade que fica na divisa do estado da Paraíba com Pernambuco e onde mora toda a sua família, o Sr. Artur reside aqui em João Pessoa e permanece trabalhando como artesão há mais de dez anos.      
Contou-me que seu material preferido para trabalhar é o osso e numerou vários outros com os quais também faz artesanato, entre eles o cobre. Interessante foi quando minha vista bateu em um mostruário de colares que ficava a esquerda da banca. Os pingentes eram feitos de moedas antigas! Quando criança tinha mania de colecionar moedas e, claro, quando vi achei o máximo. Ele disse que vários colecionadores já haviam passado por ali e trocado figurinhas moedas com ele.
Falamos também do trabalho desenvolvido por outros artesãos no local e de como é a receptividade dos turistas que são sempre vistos por ali caminhado pela pequena rua que naquele momento já se iluminava formando um caminho de luzes amarelas. Ele confessou que a reação dos turistas era boa, mas que muitas vezes comentavam já ter visto trabalhos parecidos em outras cidades próximas daqui.
Depois de alguns minutos de conversa consegui arrancar alguns sorrisos quando perguntei se poderia fazer um retrato! Foi uma risada boa, daquelas tímidas, mas cheia de sinceridade.
 
 

Esse foi o desfecho da noite quando, ao entardecer, fui visitar a Praia do Jacaré aqui na minha cidade (João Pessoa) acompanhada do querido amigo Thenio Silva. Essa pequena saída fotográfica tinha a intenção de fazermos fotos de longa exposição (foi minha primeira tentativa) e o Thenio foi um ótimo amigo-professor! Deem uma checada no resultado: