quarta-feira, 30 de julho de 2014


A gente sabe quando encontra um amor de verdade. Em um dia comum, com aquele mau humor de costume que já não faz mal a ninguém, ele aparece. E você se dá conta, se dá conta sim, não me venha com aquela história de que foi pego de surpresa, um amor de verdade vem com tudo. Deixa muito claro que as coisas mudaram e você, de repente, já não está mais sozinho - nem em seus pensamentos.

O fone de ouvido não toca música, mas é que desculpem os demais, nessas horas a gente acredita que a batida do coração rima melhor que qualquer música e ficar olhando com cara de bobo enquanto o outro dorme combina melhor que banana com chocolate, e olha que pra mim açúcar sempre foi um assunto muito sério. É assim que, você se vê como que adolescente fazendo essas comparações ridículas permitidas apenas aos romances, onde a regra é ser feliz e os realistas que fiquem de fora.

Vamos na cozinha fazer café e com a jarra na mão aquele sorriso no canto da boca. O que se passa nesses pensamentos não diria nem por um milhão - ilusão. Porque até quem te vê na fila do pão pra acompanhar o café, que agora já transborda na caneca, sabe o que você encontrou: o tempo parou.

A gente sabe quando encontra um amor de verdade. É diferente dos outros amores que vivemos, esse é sempre correspondido. Por que um amor de verdade acontece, não fica esperando acontecer.

Espera.

Não quando você tem ele nas mãos e presencia ele escorrendo por entre seus dedos, indo embora. Você se deu conta, veio com tudo e é correspondido. Então é amor de verdade, mas ele continua escoando como água escoa por entre fisuras de uma parede, apenas que a parede é seu coração e ele pulsa de agonia. Mas se até os palhaços desconfiam da felicidade redundante seria dizer-te isso!

Você sabe que é amor de verdade e de repente, não há nada a fazer. Um amor de verdade não acontece todo dia, quem sabe em algum outro amanhecer.

Pausa.

Segundo ato.

Nenhum comentário:

Postar um comentário