De sons e tempos
Dos
muros de uma cidade de desencontros e feridas abertas a vida parece zombar do
momento que parecia que enfim, o finalmente havia chegado.
Dum
céu cinzento, do gelado, da chuva de um dia desse jeito, um sorriso que, ao
contrário, o prismático, o caloroso, o luminoso.
Foi-se.
Fez-se
saudade.
Criou-se
um momento, de uma eternidade, digo, daquelas lembranças.
Das
coisas da vida, algumas são de não se esquecer. Do amor, da risada, do afago,
do prazer, de um instante qualquer, sim, mesmo do qualquer. E de todos os
outros.
Pense,
respire, grite, quebre, chore, brigue, revolte, pare.
Pare.
Escute.
Encontre o sussurro. “Deixe disso”, diria. “Melhore”, completaria.
Como
um verso, parte de um poema cortado ao meio. O fim, à espera.
Espera
de um recomeço.
Dos
muros de uma cidade de possibilidades e cicatrizes que se formariam.
Ergue-se
uma cidade de ruínas.
É
então novo dia.
Ergue [-te].
[TPS]