segunda-feira, 8 de abril de 2013

Banzo improvisado num guardanapo de papel




Saudade dói, aperta no peito.
Ausência congela, paralisa o corpo.
Tristeza amolece, escorre por entre os dedos.

O coração acelerado, como que em taquicardia, é sinônimo de euforia, estranho, pensava.

Calma e silêncio não rimam com taquicardia, refletia. Entretanto, logo pensou que sempre foi assim, uma métrica sem rima que formava um belo poema, entende?

Se ninguém entendia não havia problema, agora estava tudo bem, calma e silêncio, apesar da taquicardia.

Trêmulas, as mãos escreviam torto, efeito colateral, racionalizava rapidamente.

Percebeu então o silêncio rompido, ruído de algo se abrindo, é hora, pensava - levantou e saiu, foi ali conversar com o destino.

A calma não, essa não se ia, permanecia.

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013


    Artur. Senhor concentrado que trabalhava em seu artesanato. Até eu resolver parar justamente em sua banquinha e começar a tagarelar.            
  Original de Carne de Vaca (sim, é assim mesmo que se escreve: Carne de Vaca – toda a minha ignorância em geografia apareceu nesse momento quando eu não sabia onde se localizava) cidade que fica na divisa do estado da Paraíba com Pernambuco e onde mora toda a sua família, o Sr. Artur reside aqui em João Pessoa e permanece trabalhando como artesão há mais de dez anos.      
Contou-me que seu material preferido para trabalhar é o osso e numerou vários outros com os quais também faz artesanato, entre eles o cobre. Interessante foi quando minha vista bateu em um mostruário de colares que ficava a esquerda da banca. Os pingentes eram feitos de moedas antigas! Quando criança tinha mania de colecionar moedas e, claro, quando vi achei o máximo. Ele disse que vários colecionadores já haviam passado por ali e trocado figurinhas moedas com ele.
Falamos também do trabalho desenvolvido por outros artesãos no local e de como é a receptividade dos turistas que são sempre vistos por ali caminhado pela pequena rua que naquele momento já se iluminava formando um caminho de luzes amarelas. Ele confessou que a reação dos turistas era boa, mas que muitas vezes comentavam já ter visto trabalhos parecidos em outras cidades próximas daqui.
Depois de alguns minutos de conversa consegui arrancar alguns sorrisos quando perguntei se poderia fazer um retrato! Foi uma risada boa, daquelas tímidas, mas cheia de sinceridade.
 
 

Esse foi o desfecho da noite quando, ao entardecer, fui visitar a Praia do Jacaré aqui na minha cidade (João Pessoa) acompanhada do querido amigo Thenio Silva. Essa pequena saída fotográfica tinha a intenção de fazermos fotos de longa exposição (foi minha primeira tentativa) e o Thenio foi um ótimo amigo-professor! Deem uma checada no resultado: