segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Clinomania

Foto: Juliana Seravalli
Fecha os olhos e sente o vendaval chegando com toda força que possa existir. Sente o vento bater nas tuas têmporas e descolar dos ossos a pele que te cobre. Consegue então descolar a alma do corpo e te enxerga do alto na tua maneira de ser, na tua maneira de andar, na tua maneira de respirar.

Escuta o zumbido do silêncio te contando uma história. Não da menina que cruza a rua despretensiosa com a vida ou do rapaz que carrega uma mala na mão e tu te perguntas o que ele fará com ela. Escuta a tua história, finalmente.

Como um observador distante que tenta narrar um conto, narra o teu para ti mesmo. Consente à tua alma te enxergar de longe e te entender de perto. 

Deixa o vento do vendaval criar um tornado e permita que os giros te levem ao centro da agonia e depois te arremesse para longe.

Permita, o relógio não para de bater.

Nenhum comentário:

Postar um comentário