Clinomania
Foto: Juliana Seravalli |
Fecha os olhos e sente o
vendaval chegando com toda força que possa existir. Sente o vento bater nas
tuas têmporas e descolar dos ossos a pele que te cobre. Consegue então descolar
a alma do corpo e te enxerga do alto na tua maneira de ser, na tua maneira de
andar, na tua maneira de respirar.
Escuta o zumbido do silêncio te
contando uma história. Não da menina que cruza a rua despretensiosa com a vida
ou do rapaz que carrega uma mala na mão e tu te perguntas o que ele fará com ela.
Escuta a tua história, finalmente.
Como um observador distante que
tenta narrar um conto, narra o teu para ti mesmo. Consente à tua alma te
enxergar de longe e te entender de perto.
Deixa o vento do vendaval criar
um tornado e permita que os giros te levem ao centro da agonia e depois te
arremesse para longe.
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